sexta-feira, 20 de abril de 2012

Crescem as oportunidades na área de Sustentabilidade

Por Bettina Barros | De São Paulo


Gabriela Burian, gerente de sustentabilidade da Monsanto, diz que companhias têm dificuldade para montar os times
Profissionais em alta, os especialistas em sustentabilidade podem dizer que não só são cada vez mais cobiçados no mercado brasileiro. 

Eles também já ganham salários compatíveis com seus pares na empresa e deixaram de ser vistos como aquela turminha de "ecochatos" que chega para atrapalhar a festa.


Uma pesquisa inédita encomendada pela recém-constituída Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps) mostra que o conceito - que preza o cuidado com o ambiente e a sociedade, além do progresso econômico - tem sido incorporado nas políticas empresariais do país, que passaram a destacar profissionais exclusivos para o tema e, em alguns casos, até diretorias. 


Não por acaso, a citação "a sustentabilidade está no nosso DNA" entrou como um mantra no discurso de um número significativo de empresas e seus balanços socioambientais.



Apesar da amostragem pequena, com somente 23 empresas, e a falta de levantamentos anteriores como base de comparação, a pesquisa indica que a área tem ganhado peso


Realizada pela Deloitte, ela mostra que 65% das companhias de diferentes segmentos da indústria possuem hoje estagiários dedicados exclusivamente para questões de sustentabilidade, sendo em média dois estagiários por empresa, e todas possuem uma área específica ligada ao tema.

Além disso, 26% das companhias analisadas afirmaram que pretendem ampliar o quadro de funcionários nesse setor ao longo de 2012 e 74% manterão a quantidade atual de colaboradores - o que, nesse caso, é visto como algo positivo. 

"Ouvimos de muitos profissionais que a área de sustentabilidade precisa ser enxuta mesmo, pois o conceito deve ser disseminado na organização e não ficar confinado a esse departamento", explica Fábio Mandarano, gerente de capital humano da Deloitte e responsável pela pesquisa.

Segundo Mandarano, foram mapeados somente os profissionais que atuam a maior parte do tempo (mais de 70%) em atividades diretamente relacionadas aos assuntos de sustentabilidade como responsabilidade social e ambiental, cidadania corporativa, responsabilidade corporativa e investimento social privado ou similar. "Descartamos os profissionais que têm a sustentabilidade apenas como mais uma de suas atribuições", diz.

Questionadas sobre a abrangência dessas práticas, 52% das empresas afirmaram estar em uma fase "madura" de desenvolvimento. 

Isso significa ter uma estratégia de sustentabilidade pensada para a empresa como um todo, com uma visão de longo prazo, políticas integradas e processos bem definidos. Já 17% das participantes disseram estar no estágio denominado como "líder" - onde a cultura de sustentabilidade é intrínseca, as metas são claras e as metodologias e ações são inovadoras. 

As 31% restantes revelaram estar no nível "em desenvolvimento" de sustentabilidade, no qual a política para a empresa tem uma visão de curto prazo (um a dois anos) e as diretrizes e as responsabilidades são comunicadas informalmente.

A formação de um departamento específico ou a incorporação desse tipo de profissional ao quadro de funcionários ainda gera dúvidas nas empresas. No entanto, Gabriela Burian, gerente de sustentabilidade da Monsanto no Brasil, diz que a expansão desse setor é sentida no dia a dia de trabalho. 

"Toda semana me liga alguém querendo saber da nossa experiência na estruturação da sustentabilidade", diz a executiva, uma engenheira agrônoma de formação que fez carreira na multinacional americana até ser destacada para o posto atual. 

"As empresas estão montando os seus times mas não sabem muito bem como fazer", explica ela, referindo-se ao fato de a sustentabilidade ser um assunto relativamente novo no mundo empresarial.

As dúvidas - inclusive de headhunters - vão desde que tipo de profissionais podem atuar em sustentabilidade ao salário que recebem. "Como só existem cursos de especialização na área, eles têm formações diferentes, geralmente no setor financeiro, administrativo, vendas e jurídico", diz Gabriela. 

"Até prefiro esse perfil, pois são profissionais que aprendem o conceito de sustentabilidade e que também entendem de internalização de custos e fluxos de mercado, por exemplo. Quem só lidou com sustentabilidade costuma fazer negócios com muita emoção".

De acordo com Mandarano, da Deloitte, a remuneração nesses departamentos ainda é definida caso a caso, levando em conta fatores como o tamanho da empresa, a importância que ela dá ao assunto e o quilate do profissional recrutado para a função. 

Por esse motivo, a pesquisa mostra que os salários variam em uma escala ampla que vai dos R$ 2 mil até R$ 25 mil. "De todo modo, eles ganham o mesmo que os seus pares em outros departamentos da empresa e os mesmos benefícios", diz.

Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Conceito humanizado de gestão de pessoas




Laboratório Sabin, com sede em Brasília, investe continuamente no desenvolvimento pessoal, familiar e profissional dos colaboradores. Pesquisa do Great Place to Work Institute confirmou que o laboratório é uma das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina.

Mais de dois mil empresas disputaram um lugar no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina, promovido pelo Great Place to Work Institute, na semana passada, em Atlanta (EUA). Dessas, 49 eram brasileiras. O Laboratório Sabin, já reconhecido por suas políticas de valorização ao colaborador, em atividade no Distrito Federal, Goiás, Bahia e, recentemente, em Minas Gerais e Tocantins, manteve-se na seleta lista de empresas que se destacam pelo excelente ambiente de trabalho. O resultado da edição 2012 da pesquisa elevou o Sabin de 10ª para 8ª posição na categoria com mais de 500 funcionários.

O prêmio foi recebido pela diretora executiva Janete Vaz. Segundo Vaz, o Sabin adota um novo modelo de gestão, onde quem cuida para aumentar a competitividade da empresa não é somente a direção, mas os funcionários também. “Cuidamos do colaborador e da sua família e, em contrapartida, ele busca a competitividade para o negócio”, afirma. “Um colaborador satisfeito e com a menor quantidade de problemas pessoais possível, conseguirá retribuir com mais produtividade e qualidade no trabalho”, conclui a diretora executiva.

Com o foco da política de gestão de pessoas no desenvolvimento humano, a empresa investe 19% do faturamento anual em benefícios para os mais de 1.200 colaboradores. Entre as ações desenvolvidas estão o custeio com inscrições em competições e treinamento da equipe de corridas; a utilização do Espaço Bem-Viver (um estúdio com equipamentos para ginástica); a oferta de bolsas de estudo de 25% a 80% para graduação, MBAs, mestrados e doutorados; o auxílio-casamento; o auxílio-enxoval para o bebê; o auxílio para material escolar; o auxílio-funeral; o Dia da Noiva; parcerias com escolas, creches e universidades; o Programa de Educação Financeira; e a premiação por tempo de casa.

Para a diretora técnica do Sabin, Sandra Costa, outro ponto a ser destacado é qualificação dos colaboradores. “Nossa política de investimento em educação continuada é, sem dúvida, o segredo para garantir a qualidade e a precisão dos resultados entregues aos clientes.”, afirma.

Censo -Em 2011, o Laboratório realizou o “Censo Sabin”. O objetivo foi identificar características dos colaboradores e seus bens materiais, a fim de conhecer a realidade de quem trabalha na empresa e, assim, planejar ações da área de Recursos Humanos. “O Censo contribuiu para a visão estratégica de como os acontecimentos impactam a vida de seus colaboradores e como a empresa pode criar meios para as pessoas terem maior qualidade de vida e possibilidades de construção de sonhos”, avalia a gerente de RH, Juliana Alcântara.

Ao longo desses 27 anos de história, o Laboratório Sabin se consolidou como uma das empresas brasileiras mais admiradas do país. Desde 2006, o laboratório figura na lista das Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil e na América Latina, segundo pesquisa do Institute Great Place to Work (GPTW).

terça-feira, 3 de abril de 2012

80% dos executivos de RH afirmam sofrer com leilão de talentos entre empresas

A maioria (99%) acredita que o cenário de disputa por profissionais qualificados deve piorar no Brasil nos próximos anos


A busca e retenção de profissionais qualificados é hoje um dos principais temas que preocupam os profissionais de Recursos Humanos (RH) no País. 

Em pesquisa da Amcham, 80% dos executivos da área consultados revelaram que suas empresas sofrem com disputa intensa de talentos, consideradas verdadeiros leilões. E as perspectivas para o futuro estão longe de apontar para um horizonte mais positivo. É praticamente unânime (99%) a percepção de que o cenário deve piorar nos próximos anos.

Chama a atenção o fato de que as empresas sofrem com o problema, mas, ao mesmo tempo, se veem impelidas a fazer parte da disputa. Uma fatia de 76% dos executivos revela que suas companhias vivem essa realidade, ao menos em parte.

Na avaliação dos executivos de RH, alguns setores são impactados mais fortemente pelos leilões de profissionais qualificados. Construção civil (68%); tecnologia da informação e comunicação (50%); serviços (45%); energia (27%); e comércio e varejo (22%) lideram a lista.

Ações para enfrentar o leilão

A pesquisa da Amcham identificou ainda que a oferta de benefícios intangíveis vem se consolidando como a principal estratégia das empresas para enfrentar os leilões de talentos. Uma parcela de 69% informou focar suas ações em capacitação, plano de carreira e gestão do clima organizacional, mais do que o dobro da parcela que prefere investir na concessão de atrativos financeiros, passando por salário, bônus, pacote de benefícios e recompensas (30%).

Entre os benefícios intangíveis mais empregados, destacam-se: capacitação e treinamento de colaboradores (usados por 70%); gestão do clima organizacional (59%); desenvolvimento de plano de carreira para os colaboradores (42%); e adoção de flexibilização de condições de trabalho como horário e home office (39%).

Para a sondagem, a Amcham ouviu 74 executivos, gestores e diretores de Recursos Humanos de pequenas, médias e grandes empresas de diversos segmentos.

Comitê de Gestão de Pessoas

A sondagem foi aplicada durante reunião do comitê de Gestão de Pessoas da Amcham-São Paulo. O grupo é composto por executivos, gestores e diretores de Recursos Humanos de grandes, médias e pequenas empresas e discute assuntos que envolvem diretamente a gestão do capital humano dentro das companhias.

No encontro do dia 29/02, ocasião em que foi aplicada a pesquisa, foi debatido o tema "Estratégias para Vencer o Leilão Talentos", com as presenças de Marcelo Arantes de Carvalho, diretor de Pessoas e Organização da Braskem; Carlos Griner, diretor de RH da Suzano; e Antônio Salvador; diretor de RH da HP do Brasil.